Poeira nos olhos.

 

 Por: Caio Guilherme

Escrito em: 04/01/2010.

A poeira espalha-se por todos os cantos na espera de um sinal. Não, não um sinal. Uma resposta. Isso, uma resposta. Seria excelente. Coce os olhos. A resposta não virá nunca. Nunca, nunca diga nunca e escute o que eu digo, nunca escute ninguém. A poeira só se faz acumular caso a força da inércia não seja vencida. Força para vencer a falta de movimento. Inércia 1. Força para vencer o excesso de movimento, é a inércia 2. Caramba, nesse Mundo só tem coisa bastante errada, nisso 2010 vai ser igualizinho a 2009. Começou igual. Chuva, chuva, chuva. Não em Sta Catarina, dessa vez no Rio. Ainda bem, as loiras estarão a salvo. Que a usina seja tomada pelo barro e os prótons, nêutrons e que toda a radiação do Mundo varra todos daqui, rápida e eficazmente. Ou não. Há beleza. Sim, sim, há beleza no Mundo apesar da poeira. É só vencer a inércia e procurar. Talvez. Não se sabe. O que acho é que tem gente feia demais em todos os cantos e beijamos bocas que só a falta pode explicar. Quem se arranja, se arranja porque baixa o nível. Bastante. Tanto recusamos o mediano que a solidão nos faz abraçar o medíocre e isso no pior sentido da palavra, bem longe da significação tocquevilliana.

Eu falo por mim e por você porque no fundo no fundo, você sabe que estou certo. Não precisa fazer sentido, é só soar e parecer bom. Pomposamente, superficialmente. Vencer a inércia, tanto a 1 como a 2. Os músculos doem e ninguém quer trabalhar. Eu sei que eu não. Não dá para sentir vergonha duma coisa dessas, é que nem a poeira que acumula-se pelos cantos. Tão quieta e bela, bem melhor que a ausência de resposta ou significado.

Vai saber o que vem depois da barreira da inércia. O caminho é uma fronteira e a inércia é tentação. A poeira nos olhos, queima.

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